Perder alguém que amamos é uma das experiências mais difíceis da vida. O luto, esse processo de adaptação à perda, pode ser uma jornada desafiadora. Tudo isso pode ser facilitado combinando a fé e o apoio da psicologia.
Compreendendo o Processo de Luto:
Primeiro, é importante entender que todos enfrentam o luto de maneira única. Padre Lício de Araújo Vale, em artigo publicado no site Vatican News, afirma que tentar se enganar, ‘ser forte’ e fingir que não sentimos nada não é a melhor abordagem. Devemos nos permitir sentir a dor, acolher ela e buscar maneiras de seguir em frente. Ninguém gostaria de estar passando por essa situação.
Esse estado de sofrimento extremo, na maior parte das vezes, não perdura no tempo. A superação do luto ocorre gradativamente; o luto é um processo e não um evento. Vamos recuperando a energia, e o nosso Eu vai voltando a se organizar e se fortalecer.
Padre Lício de Araújo Vale
A Importância da Fé:
A fé desempenha um papel central para muitos de nós durante o luto. Acreditamos na vida eterna, conforme Papa Francisco nos lembra: “A morte não é o último capítulo da história; é o limiar da eternidade.” Em Deus, encontramos conforto e coragem para enfrentar a dor da perda, caminhando em comunhão com os Santos em direção à luz da eternidade.
Jesus também chorou
O Padre Lício lembra do versículo em João 11,35, “E Jesus chorou“.
Essas palavras curtas, porém profundas, da Bíblia nos lembram que Jesus, o Filho de Deus, também experimentou o luto e a tristeza. Ele chorou com lágrimas humanas diante da perda de um amigo. Essa passagem nos mostra a compaixão divina, a empatia de Jesus pelos que sofrem e Sua humanidade.
Nossas lágrimas, nossas dores, nossos lutos não são estranhos para Deus. Ele está ao nosso lado, compartilhando nossas tristezas e nos consolando. Portanto, quando enfrentamos o luto e a perda, lembremo-nos de que não estamos sozinhos. Jesus, que chorou, está conosco, enxugando nossas lágrimas e nos oferecendo conforto em nossa aflição.
Trabalhando o processo de luto
De acordo com o psicólogo PhD, William Worden, o processo de luto pode ser trabalhado ao abordarmos as “tarefas do enlutado”:
- Aceitar a Realidade da Perda: A primeira tarefa é reconhecer que a pessoa querida se foi e permitir-nos sentir a dor. Ninguém quer passar por essa situação, mas aceitar a realidade e seguir em frente é o primeiro passo em direção à adaptação. A fé pode ajudar a trazer consolo ao coração nestes momentos.
- Processar o Luto e a Dor: Isso envolve a expressão das emoções, algo que podemos fazer por meio da oração, da confissão ou ao compartilhar nossos sentimentos com membros da comunidade religiosa.
- Ajustar-se a um Ambiente sem a Pessoa Falecida: Adaptar-se a um ambiente sem a presença da pessoa falecida é outra tarefa do luto. Isso pode envolver a reorganização da vida diária, a resolução de questões práticas e emocionais, e a criação de uma nova realidade que não inclui a pessoa falecida.
- Encontrar um Lugar para a Pessoa Falecida na Memória e na Vida: A última tarefa envolve honrar a memória do ente querido, lembrando da oportunidade que se teve de viver com essa pessoa, bons momentos vividos juntos, ensinamentos e tudo de positivo que ela deixou.
É importante lembrar que não há uma maneira certa de vivenciar o luto e as pessoas podem lidar com esse momento de formas diferentes. Desta forma, além de buscar apoio espiritual, a ajuda de um psicólogo também pode ser necessária para passar por esse desafio.