Viver, um mistério a ser desvendado a cada segundo da existência. Um tempo composto de minutos, horas, dias, anos, décadas…  Um tempo finito. Passagem, para uns, fim para outros, carma, eternidade! Para que viemos, para que vivemos, se a morte é a única certeza? Qual o sentido de tudo isso? E ela faz pensar na intensidade do que se é.

E a sua vida como vai? E o seu tempo como é consumido? Tudo se esvai, tudo se dissolve… Como a pluma soprada ao vento, como as cinzas jogadas ao mar… É, ela é um sopro. Hoje festa, luz, sucesso, barulho, agitação…. Amanhã é silêncio, saudade, aperto no peito, lembranças.

Tudo que parecia eterno um dia se finda: o calor de um abraço, o beijo demorado, a chegada, ou a partida; o papo com os amigos, o conselho de quem nos ama, a palavra na hora certa; aquele “se cuida” ou “ainda é cedo, fica mais pouquinho”…  Tudo se torna efêmero, fugaz. Mas algo fica e se eterniza: as sementes plantadas, as pegadas deixadas, o caminho percorrido. Afinal, qual o sentido de tudo isso?

O essencial é que a vida tenha valido a pena. A saudade é o amor que fica. Se o amor foi amado ele permanece, se eterniza. Mesmo que a dor, a falta, a lágrima, o vazio ainda estejam por perto. Mesmo que a partida seja algo que não posso impedir. Deixar partir também é uma arte, das mais sofisticadas eu diria. Deixar partir é um ato de amor. Por isso é preciso se apressar, buscar o mais profundo sentido no existir. “Quero a essência, minha alma tem pressa”, diz o poeta. Mas pressa de que? Eu pergunto. Pressa de viver, de amar, de deixar, de marcar, pressa de SER.

E esse talvez seja o sentido de tudo isso: um encontro, uma luz, uma certeza, ou um simples “Descanse em paz” seja a resposta.

Crônica escrita por Irmã  Eliana Aparecida dos Santos