Bíblia Católica Online
Salmos
Capítulo 88
1 Hino de Etã, ezraíta.*
2 Cantarei, eternamente, as bondades do Senhor; minha boca publicará sua fidelidade de geração em geração.
3 Com efeito, vós dissestes: “A bondade é um edifício eterno”. Vossa fidelidade firmastes no céu.
4 “Concluí – dizeis vós –, uma aliança com o meu eleito; liguei-me por juramento a Davi, meu servo.*
5 Conservarei tua linhagem para sempre, manterei teu trono em todas as gerações.”
6 Senhor, os céus celebram as vossas maravilhosas obras, e na assembleia dos anjos, a vossas fidelidade.
7 Quem poderá, nas nuvens, igualar-se a Deus? Quem é semelhante ao Senhor entre os filhos de Deus?
8 Terrível é Deus na assembleia dos santos, maior e mais tremendo que todos os que o cercam.
9 Quem se compara a vós, Senhor, Deus dos exércitos? Sois forte, Senhor, e cheio de fidelidade.
10 Dominais o orgulho do mar, amainais suas ondas revoltas.
11 Vossos são os céus e também a terra, vós que criastes o globo e tudo o que ele contém.
12 O norte e o sul vós os fizestes; Tabor e Hermon em vosso nome exultam.
13 Tendes o poder em vosso braço, a firmeza na mão, a autoridade em vossa destra.
14 A justiça e o direito são o fundamento de vosso trono, a bondade e a fidelidade vos precedem.
15 Feliz o povo que vos sabe louvar: caminha na luz de vossa face, Senhor.
16 Vosso nome lhe é causa de contínua alegria, pela vossa justiça ele se glorifica,
17 porque sois o esplendor de sua força, e é vosso favor que nos faz erguer a cabeça,
18 pois no Senhor está o nosso escudo, e nosso rei no Santo de Israel.
19 Outrora, em visão, falastes aos vossos santos e dissestes-lhes: “Impus a coroa a um herói, escolhi meu eleito dentre o povo.*
20 Encontrei Davi, meu servidor, e o sagrei com a minha santa unção.*
21 Minha mão sempre lhe assistirá, e meu braço o fortalecerá.
22 Não há de surpreendê-lo o inimigo, nem ousará oprimi-lo o malvado.
23 Sob seus olhos esmagarei os seus contrários, serão feridos aqueles que o odeiam.
24 Com ele ficarão minha fidelidade e bondade, pelo meu nome crescerá o seu poder.
25 Estenderei a sua mão por sobre o mar, e a sua destra acima dos rios.
26 Ele me invocará: ‘Vós sois meu Pai, vós sois meu Deus e meu rochedo protetor’.
27 Por isso, eu o constituirei meu primogênito, o mais excelso dentre todos os reis da terra.
28 Assegurado lhe estará o favor eterno, e indissolúvel será meu pacto com ele.
29 Eu lhe darei uma perpétua descendência, seu trono terá a duração do céu.
30 Se, porém, seus filhos abandonarem minha Lei, se não observarem os meus preceitos,
31 se violarem as minhas prescrições e não obedecerem às minhas ordens,
32 eu punirei com vara a sua transgressão, e a sua falta castigarei com açoite.
33 Mas não lhe retirarei o meu favor e não trairei minha promessa.
34 Não violarei minha aliança, não mudarei minha palavra dada.
35 Jurei uma vez por todas pela minha santidade: a Davi não faltarei jamais.
36 Sua posteridade permanecerá eternamente, e seu trono, como o sol, subsistirá diante de mim,
37 como a lua que existirá sem-fim, e o arco-íris, fiel testemunha nos céus”.*
38 E, contudo, vós o repelistes e rejeitastes, gravemente vos irritastes contra aquele que vos é consagrado.
39 Rompestes a aliança feita com o vosso servidor, lançastes por terra sua coroa,
40 derrubastes todos os seus muros, arruinastes as suas fortalezas.
41 Saquearam-no todos os transeuntes, e o escarneceram os seus vizinhos.
42 A mão de seus inimigos exaltastes, de gozo enchestes todos os seus contrários.
43 Embotastes o fio de sua espada, não o sustentastes na batalha.
44 Fizestes terminar seu esplendor, por terra derrubastes o seu trono.
45 Abreviastes a sua adolescência, e de ignomínia o cobristes.
46 Até quando, Senhor? Até quando continuareis escondido? Até quando estará acesa a vossa cólera?
47 Lembrai-vos como é curta a nossa vida, quão efêmeros os homens que criastes.
48 Qual é o vivo que se livra da morte, ou pode subtrair a sua alma ao poder da morada dos mortos?
49 Vossas bondades de outrora, ó Senhor, onde estão? E os juramentos que a Davi fizestes de fidelidade?
50 Considerai, Senhor, a vergonha imposta aos vossos servidores. Levo em meu seio ultrajes das nações pagãs,
51 insultos de vossos inimigos, Senhor, injúrias que lançam até nos passos daquele que vos é consagrado.
52 Bendito seja o Senhor, eternamente! Amém! Amém!*