Uma dúvida que surge com frequência aos católicos (e até mesmo os não católicos) é por que os papas escolhem um novo nome ao serem eleitos para o pontificado? Esse gesto segue uma tradição rica em história e simbolismo na Igreja Católica e é uma das primeiras ações simbólicas do novo papa, ao ser publicamente anunciado logo após a eleição no conclave.

Apesar de não ser uma exigência doutrinária, a prática se consolidou desde o século VI, quando o Papa João II decidiu abandonar seu nome de nascimento, Mercúrio, por considerá-lo associado a um deus pagão. Ele optou por um nome que refletisse melhor o papel espiritual que iria desempenhar.

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A escolha do nome papal tem o seguinte significado

  • Homenagem a santos ou papas anteriores
    Muitos papas optam por nomes que reverenciam figuras históricas da Igreja que admiram ou cujos legados desejam perpetuar. Por exemplo, o Papa Francisco escolheu seu nome em honra a São Francisco de Assis, simbolizando seu compromisso com a paz, a natureza e a pobreza. Bento XVI fez referência a São Bento e ao Papa Bento XV, representando paz e reconciliação.
  • Expressar a linha teológica e pastoral do pontificado
    O nome escolhido pode refletir as prioridades espirituais e políticas do novo papa, sinalizando ao mundo a direção que pretende seguir. Por exemplo, João Paulo I adotou um nome duplo para prestar homenagem a seus dois predecessores imediatos e indicar continuidade com o Concílio Vaticano II.
  • Ter um novo nome como Simão Pedro
    Assim como Jesus passou a chamar Simão de Pedro (“Simão, tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”), os papas também escolhem um novo nome. Contudo, o nome Pedro nunca é escolhido, em respeito a São Pedro, o primeiro papa, escolhido pelo próprio Jesus.

A tradição da mudança de nome também representa a transformação do cardeal eleito em Papa da Igreja Católica, marcando o início de um novo capítulo em sua vida e na história.

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Rafael

Marido, pai e apaixonado por comunicação.